sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...


*[Álvaro de Campos]*

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Moça, olha só o que eu te escrevi
É preciso força pra sonhar e perceber
Que a estrada vai além do que se vê

Sei que a tua solidão me dói
E que é difícil ser feliz



Ando sumida. Sumida daqui. Por aqui ando muito aparecida. Está tudo bem, não existem mais monstros. Está tudo bem mesmo. Mas vim aqui escrever pra que VOCÊ fique bem prima, queira estar bem, queira ser sua fonte de alegria. Se eu pudesse estar aí agora de corpo presente... Mas estou aí com você, fecha os olhos e você vai me sentir pertinho como sempre foi, você se lembra? Você consegue, você é mais forte que isso. Você sabe. Coloque aquela música que mais te faça sorrir, dance, sorria e se sinta livre dessa prisão que você inventou e caiu dentro e fechou sem saber onde estava a chave. Você tem a chave, ta tudo na cabeça. Tentaram te ensinar que amor é isso, mas o amor não é isso não. Quem gosta, não faz isso não, prima. Não faz isso mesmo. Deus está sempre ao seu lado e ele sofre ao ver você errando novamente. Ele quer você sorrindo sempre, não é difícil vai... Basta um esforço. Você não inventou uma prisão? Pode inventar outra coisa qualquer. Não é culpa dos outros, a culpa é sempre nossa, permitimos isso de alguma forma, fizemos de alguma forma. Continua prima, continua firme, se não for por você, seja por mim. Não mate tudo de mais bonito que existe dentro de você. Não soltei da sua mão.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Quando o autor se torna o personagem...
Escrever sobre insônia provoca insônia;
"Excesso de vigília, incapacidade de começar a dormir ou de manter o sono"

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

[de re- + partir.]
v. t. d.
1. separar em partes; dividir por grupos; distribuir, dividir
2. dispor em diferentes locais ou por diferentes vezes
v. t. d. e i.
3. dar em quinhão; distribuir, dividir
4. ocupar, aplicar, empregar, utilizar
5. partir, compartir, partilhar, compartilhar
v. t. d. e c.
6. dispor (em diferentes lugares, ou por diversas vezes, ou para diversos destinos); distribuir
v. p.
7. separar-se em duas ou mais partes; dividir-se, ramificar-se
8. ir por diversas partes ao mesmo tempo; dispersar-se, espalhar-se
9. dividir a atenção por muitos assuntos:

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Vagina Dentada

Eu deveria cantar.
Rolar de rir ou chorar, eu deveria, mas tinha desaprendido essas coisas. Talvez então pudesse acender uma vela, correr até a igreja da Consolação, rezar um Pai Nosso, uma Ave Maria e uma Glória ao Pai, tudo que eu lembrava, depois enfiar algum trocado, se tivesse, e nos últimos meses nunca, na caixa de metal "Para as Almas do Purgatório". Agradecer, pedir luz, como nos tempos em que tinha fé.
Bons tempos aqueles, pensei. Acendi um cigarro. E não tomei nenhuma dessas atitudes, dramáticas como se em algum canto houvesse sempre uma câmera cinematográfica à minha espreita. Ou Deus. Sem juiz nem platéia, sem close nem zoom, fiquei ali parado no começo da tarde escaldante de fevereiro, olhando o telefone que acabara e desligar. Nem sequer fiz o sinal da cruz ou levantei os olhos para o céu. O mínimo, suponho, que um sujeito tem a obrigação de fazer nesses casos, mesmo sem nenhuma fé, como se reagisse a uma espécie de reflexo condicionado místico.
Acontecera um milagre. Um milagre à toa, mas básico para quem, como eu, não tinha pais ricos, dinheiro aplicado, imóveis nem herança e apenas tentava viver sozinho numa cidade infernal como aquela que trepidava lá fora, além da janela ainda fechada do apartamento. nada muito sensacional, tipo recuperar de súbito a visão ou erguer-se da cadeira de rodas com o semblante beatificado e a leveza de quem pisa sobre as águas. Embora a miopia ficasse cada vez mais aguda e os joelhos tremessem com freqüência, não sabia se fome crônica ou pura tristeza, meus olhos e pernas ainda funcionavam razoavelmente. Outros órgãos, verdade, bem menos.
Toquei o pescoço. E o cérebro, por exemplo.
Já chega, disse para mim mesmo, parado nu no meio da penumbra gosmenta do meio-dia. Pense nesse milagre, homem. Singelo, quase insignificante na sua simplicidade, o pequeno milagre capaz de trazer alguma paz àquela série de solavancos sem rumo nem ritmo que eu, com certa complacência e nenhuma originalidade, estava habituado a chamar de minha vida, tinha um nome. Chamava-se - um emprego.
Olhei minha cara no velho espelho riscado, as marcas que eu nem sabia mais se pertenciam ao vidro ou à pele, cumprimentei com uma curvatura de cabeça: "Muito bem, parabéns. Você agora tem um emprego". Mas não conseguia sentir nenhum calafrio de dignidade, nenhum frêmito de esperança que pudesse iluminar meus olhos vermelhos ou empurrar para fora meu fatigado peito onde - não queria lembrar, mas lembrei - há menos de uma semana descobrira o primeiro fio de cabelo branco.
Suspirei.
Verdade que só um completo idiota ou alguém totalmente inexperiente sentiria, nem digo êxtase, mas qualquer espécie de animação por ter conseguido um trabalhinho de repórter no Diário da Cidade, talvez o pior jornal do mundo. Acho que ainda não tinha me transformado num idiota, não completamente pelo menos. E quanto à experiência - bem, aquela cara marcada, ainda inchada de sono, com barba de três dias, me observando por entre os risos do espelho, parecia tê-la de sobra. Tudo bem, disse a cara no espelho, já que você prefere mesmo confundir experiência com devastação... Suspirei outra vez. Não, querida cara, encher laudas e laudas nas máquinas de escrever daquele pasquim pré-informático certamente não era motivo para dar pulinhos.
Mas eu tinha que ficar contente. E quando você quer, você fica. Comecei a ficar. Afinal, aquele podia ser o primeiro passo para emergir do pântano de depressão e autopiedade onde refocilava há quase um ano. Gostei tanto da expressão pântano-de-depressão-&-etc. que quase procurei papel para anotá-la. Perdera o vício paranóico de imaginar estar sendo sempre filmado ou avaliado por um deus de olhos multifacetados, como os das moscas, mas não o de estar sendo escrito. Se fosse bailarino, talvez imaginasse estar constantemente, em qualquer movimento, sendo esculpido? Ah, cada gesto, uma verdadeira apologia estética da forma pura.
Era engraçado. E bastante esquizofrênico. mas de repente o real tinha-se tornado bem menos retórico.
"Você começa hoje, cara" - dissera Castilhos no telefone. Com aquela voz no fundo da qual, para manter o velho hábito subliterário, eu poderia localizar algo que chamaria de áspera-ternura-cúmplice, mas na verdade não passava de excesso de nicotina e saco cheio: "e vê se não me faz cagada logo no primeiro dia, oquêi? Garanti pros homens que você é da pesada".
Espantoso: na noite anterior eu fora dormir como um jornalista desempregado, endividado, amargo, solitário e desiludido de quase quarenta anos para acordar no dia seguinte, magicamente, com aquela voz do passado me comunicando pelo telefone que eu era - da pesada. A partir de hoje, uma vida feita de fatos. Ação, movimento, dinamismo. A claquete bate. Deus vira mais uma página de seu infinito, chatíssimo roteiro. O escultor tira outra lasca do mármore.
Coloquei água para fazer café, cogumelos branquicentos cresciam na umidade da cozinha. Simpáticos, até meio bucólicos. Liguei o rádio, entrei no chuveiro. O apartamento era tão pequeno que a gente podia fazer todas essas coisas praticamente ao mesmo tempo. Com uma das mãos, ensaboava a cabeça, com a outra controlava o volume do rádio na sala, enquanto estendia uma das pernas para apagar o fogo quando a água fervesse.
- Eia! Avante! Sus! - gritei embaixo da água gelada. Ai - pi - ai - ô, Silver!
Enquanto ouvi no rádio uma música que parecia conhecida. Dizia qualquer coisa como "a realidade não importa, o que importa é a ilusão", no que eu concordava plenamente. Pelo menos nos últimos meses, não me acontecera nada além de fantasias. Mas a música que ressoava em algum porão da memória era antiga como um bolero, um fox, e o que saía do rádio agora era um desses rocks com baixo elétrico desesperados, percussão envenenada e sintetizadores histéricos. A voz da cantora lembrava vidro moído num liquidificador. De qualquer forma, pensei, a letra está certa. E todas as coisas que eu lembrava, ou achava que lembrava, porque de tanto lembrar delas acabara por transformá-las em mera - e péssima - literatura, já não importavam mais.
O resto do último sabonete escorregou entre meus dedos. Era tão pequeno que desapareceu pelo ralo.

*[Caio Fernando Abreu]*

quarta-feira, 4 de agosto de 2010


Curta o silêncio

Palavras são como a violência
Quebram o silêncio
Vem colidindo
Dentro do meu pequeno mundo
Doloroso para mim
Me perfurando por dentro
Você não pode entender
Minha Garotinha

Tudo que eu sempre quis
Tudo que eu sempre precisei
Está aqui em meus braços
As palavras são muito desnecessárias
Elas só podem prejudicar

Promessas são ditas
Para serem quebradas
Os sentimentos são intensos
As palavras são insignificantes

Da satisfação sobra
então, a dor
As palavras são inexpressivas
E esquecíveis


Tudo que eu sempre quis
Tudo que eu sempre precisei
Está aqui nos meus braços.
As palavras são muito desnecessárias
Elas só podem prejudicar


Tradução da música Enjoy The Silence do Depeche Mode - Gosto deles e dessa música, muito antes de virar modinha.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Drummond acha que sim:

“Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.!“

Prima amada isso é para você. Estou sempre com você, eu sinto isso, você também pode sentir?


Postando aqui do meu novo trabalho, segundo dia. Sem movimento e com chuva, ai que saudade de estar em casa... Amanhã volto a rotina dos estudos. =)

segunda-feira, 2 de agosto de 2010


Vida agitada do jeito que eu gosto. Minha nova morada, dentro de mim está tão enfeitada. Quando descobri que me amar e me mudar, pode mudar todo o resto, não há mais espaço para solidão, nem depressão.
Sou feliz, agora.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

É “loirinha”, ta tudo bem. Sereno é quem tem, a paz de estar em par com Deus.

“Meu amigo, se desejas
Paz crescente e guerra pouca
Ajuda sem reclamar
E aprenda a calar a boca!


Gotas de Luz - Julho, Agosto e Setembro de 1999 - (Chico Xavier)

Descobririas que as coisas e as pessoas só o são em totalidade quando não existem perguntas, ou quando as perguntas não são feitas. Que a maneira mais absoluta de aceitar alguém ou alguma coisa seria justamente não falar, não perguntar - mas ver. Em silêncio. (...) O que faz nascer as perguntas não é uma necessidade de conhecimento, mas de ser conhecido.

Caio Fernando Abreu

terça-feira, 27 de julho de 2010

Uma das grandes dádivas do ser humano é a sua capacidade de escolher. A vida
não parece nos dar sempre essa opção, mas sempre podemos escolher. Chocolate
ou baunilha. Direita ou esquerda. Sorrir ou chorar. Dar ou pegar.

Esta semana quero me concentrar nos momentos em que parece que não temos escolha, quando as situações parecem fugir ao nosso controle. Em situações que não podemos mudar o resultado, podemos sempre mudar a nossa maneira de reagir ao resultado. Em outras palavras, mesmo que a situação esteja fora de nossas mãos, o que fazemos com ela sempre está em nossas mãos.

Até mesmo em momentos de dor e sofrimento, na nossa vida ou na vida dos outros, podemos determinar se vamos nos conectar com a Luz ou com a escuridão.

Não temos como controlar o que acontece na nossa vida, muito menos na vida das pessoas à nossa volta. Compreendemos as leis de causa e efeito, que tudo tem uma causa (que geralmente não vemos). Então, quando um parente ou amigo nosso fica doente ou tem de enfrentar qualquer outro tipo de desafio, devemos lembrar que essa alma precisa passar por isso para seguir em frente.

Independentemente de como encaramos o processo, quando estamos conscientes e enxergamos suas dádivas em potencial, sentimos paz.

Recomendo que você primeiro comece mudando sua visão observando os outros. Como observadores externos, sem julgamento ou emoções que possam nos cegar, conseguimos enxergar o que está acontecendo.

Depois de exercitar isso por um tempo - procurar a Luz/o bem/a perfeição no processo de outra pessoa -, será mais fácil fazer o mesmo em sua própria vida.

E quando nos sentimos evoluído, reconhecemos a Luz/o bem/a perfeição antes de ela se manifestar na nossa vida.

Você conhece a frase: “A beleza está nos olhos de quem vê.” Então. A Luz também está nos olhos de quem vê. Vamos ver quanta Luz você consegue ver esta semana. Eu adoraria saber como foi.

Tudo de bom,
Yehuda Berg.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Eu entro nesse barco, é só me pedir. Nem precisa de jeito certo, só dizer e eu vou (...). Eu abandono tudo, história, passado, cicatrizes. Mudo o visual, deixo o cabelo crescer, começo a comer direito, vou todo dia pra academia (...). Mas você tem que remar também. Eu desisto fácil, você sabe. E talvez essa viagem não dure mais do que alguns minutos, mas eu entro nesse barco, é só me pedir. Perco o medo de dirigir só pra atravessar o mundo pra te ver todo dia. Mas você tem que me prometer que vai remar junto comigo. Mesmo se esse barco estiver furado eu vou, basta me pedir. Mas a gente tem que afundar junto e descobrir que é possível nadar junto. Eu te ensino a nadar, juro! Mas você tem que me prometer que vai tentar, que vai se esforçar, que vai remar enquanto for preciso, enquanto tiver forças! Você tem que me prometer que essa viagem não vai ser a toa, que vale a pena. Que por você vale a pena. Que por nós vale a pena. Remar. Re-amar. Amar.

Caio Fernando Abreu

É exatamente assim, meu amor.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.
Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.

Miguel Torga


Poema que tenho escutado constantemente nos ensaios, lindo. Minha vida no Rio mal começou, mas mil coisas para planejar e fazer. Estou super feliz. Um pouco ansiosa para o começo da faculdade, como serão as pessoas os professores, se vou me adaptar bem e tal...
bye bye

sábado, 17 de julho de 2010


"Eu poderia morrer agora, estou tão feliz. Nunca senti isso antes. Estou exatamente onde queria estar." (Brilho eterno de uma mente sem lembranças)

Escrevi, apaguei, escrevi novamente e deletei. Tenho muito o que contar e ao mesmo tempo esse muito é pouco, para descrever TUDO que eu gostaria de dizer. Então só pra constar aqui é que eu ando numa fase maravilhosa da minha vida onde as coisas sempre aconteceram rápido demais. Não seria diferente agora.
Mudança o tempo todo, sem parar. Fico feliz demais de ter essa coragem louca de entrar de cabeça nas situações. Quando não mudo, ou nada me muda, fico angustiada. Angústia essa que me fez fazer quase 6 anos de terapia, entendia que era preciso fazer para superar o que muitos não gostavam ou não admitiam em mim, MUDAVA RÁPIDO DEMAIS. Escrevia em meus cadernos como forma de auto terapia e mesmo assim não tive como escapar do consultório. Os primeiros anos os consultórios foram escolhidos pelo meu pai que achava que era preciso, afinal eu era “rebelde” sem causa.
Depois eu procurei terapia e meus psicólogos, muitos não entendiam tamanha confusão e coragem, outros me ajudaram bastante. Dinheiro gasto, intermináveis lágrimas, surtos de depressão, remédios, ansiedade, baixa estima. As pessoas não conseguiam me ver como eu era de verdade.
Meus pais nunca souberem de verdade quem eu sou, nunca me entenderam. Foi difícil demais superar tudo sozinha (praticamente). Aprendi a arcar com as conseqüências dos meus atos e ponto, não importa o quanto as pessoas se importam, eu tenho que fazer por mim e aceitar as conseqüências. Como diz o Caio Fernando Abreu: "Eu vou embora sozinha. Eu tenho um sonho, eu tenho um destino, e se bater o carro e arrebentar a cara toda saindo daqui. continua tudo certo. Fora da roda, montada na minha loucura. [...] . Dá minha jaqueta, boy, que faz um puta frio lá fora e quando chega essa hora da noite eu me desencanto. Viro outra vez aquilo que sou todo dia, fechada sozinha perdida no meu quarto, longe da roda e de tudo: uma criança assustada."

Estou de mudança para o Rio de Janeiro, um novo ciclo em minha vida.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

PERSISTÊNCIA

Ligia Fagundes Telles, em Ciranda de Pedra, nos alerta para não ficarmos tão preocupados com grandes feitos, e diz (texto adaptado por Elenita Rodrigues): "É preciso amar o inútil. Criar pombos sem pensar em comê-los, plantar roseiras sem pensar em colher rosas,escrever sem pensar em publicar, fazer coisas assim, sem esperar nada em troca. A distância mais curta entre dois pontos pode ser a linha reta, mas é nos caminhos curvos que se encontram as melhores coisas. A música ... Este céu que nem promete chuva ... Aquela estrelinha que está nascendo ali... está vendo aquela estrelinha? Há milênios não tem feito nada, não guiou os Reis Magos, nem os pastores, nem os marinheiros perdidos... Não faz nada. Apenas brilha. Ninguém repara nela porque é uma estrela inútil. Pois é preciso amar o inútil porque no inútil está a Beleza. No inútil também está Deus."

domingo, 4 de julho de 2010

Amar

Fechei os olhos para não te ver
e a minha boca para não dizer...
E dos meus olhos fechados desceram lágrimas que não enxuguei,
e da minha boca fechada nasceram sussurros
e palavras mudas que te dediquei...

O amor é quando a gente mora um no outro.
(Mário Quintana)

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Aprenda a gostar de você

Aprenda a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a
gostar de quem também gosta de você...
A idade vai chegando e, com o passar do tempo, nossas
prioridades na vida vão mudando...
A vida profissional, a monografia de final de curso, as contas a pagar...
Mas uma coisa parece estar sempre presente... A busca pela
felicidade, com o amor da sua vida.
Desde pequenas ficamos nos perguntando "quando será que
vai chegar?" E a cada nova paquera, vez ou outra nos pegamos
na dúvida "será que é ele?".
Como diz meu pai: "nessa idade tudo é definitivo", pelo menos a
gente sempre achava que era.
Cada namorado era o novo homem da sua vida.
Fazíamos planos, escolhíamos o nome dos filhos, o lugar da
lua-de-mel e, de repente...
PLAFT! Como num passe de mágica ele desaparecia, fazendo
criar mais expectativas a respeito "do próximo".
Você percebe que cair na guerra quando se termina um
namoro é muito natural, mas que já não dura mais de três meses.
Agora, você procura melhor e começa a ser mais seletiva.
Procura um cara formado, trabalhador, bem resolvido,
inteligente, com aquele papo que a deixa sentada no bar o resto da noite.
Você procura por alguém que cuide de você quando está
doente, que não reclame em trocar aquele churrasco dos
amigos pelo aniversário da sua avó, que jogue "imagem e ação"
e se divirta como uma criança, que sorria de felicidade quando te
olha, mesmo quando você está de short, camiseta e chinelo.
A liberdade, ficar sem compromisso, sair sem dar satisfação, já
não tem o mesmo valor que tinha antes.
A gente inventa um monte de desculpas esfarrapadas, mas
continuamos com a procura incessante por uma pessoa legal,
que nos complete, e vice-versa.
Enquanto tivermos maquiagem e perfume, vamos à luta... E
haja dinheiro para manter a presença em todos os eventos da
cidade: churrasco, festinhas, boates na quinta-feira.
Sem falar na diversidade, que vai do Forró ao Beatles.
Mas o melhor dessa parte é se divertir com as amigas, rir até doer
barriga, fazer aqueles passinhos bregas de antigamente e curtir o som...
Olhar para o teto, cantar bem alto aquela música que você adora.

Com o tempo, voce vai percebendo que para ser feliz com
uma outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela.

Percebe também que aquele cara que você ama (ou acha
que ama), e que não quer nada com você, definitivamente não é o
homem da sua vida.
Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e,
principalmente, a gostar de quem também gosta de você.
O segredo é não correr atrás das borboletas... é cuidar do jardim
para que elas venham até você.
No final das contas, você vai achar, não quem você estava
procurando, mas quem estava procurando por você! "

(Mário Quintana)
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Acabei tendo um tempinho para postar. Esse texto do Mário é bem conhecido e meio bobinho, mas acabamos esquecendo de coisas pequenas e importante, todos os dias, deixamos para depois tudo e inventamos intermináveis desculpas para tudo que não fazemos ou para tudo que não "da certo" em nossa vida. Faltam-me palavras para descrever o que ando vivendo, um passo de cada vez, sem medo do que virá, porque o que virá é exatamente o que é preciso no momento, confiar que o que virá será o melhor. Não sinto aquela angústia misturada com ansiedade. Tive a oportunidade de assistir ontem a um ensaio o qual achei lindo. Quando sentimos com a alma tudo muda de verdade, e várias questões que eu jurava que não iriam mudar, estão mudando.
=)
Tenham uma ótima quinta-feira, repleta de luz.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

A Alegria na Tristeza

"O título desse texto na verdade não é meu, e sim de um poema do uruguaio Mario Benedetti. No original, chama-se "Alegría de la tristeza" e está no livro "La vida ese paréntesis" que, até onde sei, permanece inédito no Brasil.

O poema diz que a gente pode entristecer-se por vários motivos ou por nenhum motivo aparente, a tristeza pode ser por nós mesmos ou pelas dores do mundo, pode advir de uma palavra ou de um gesto, mas que ela sempre aparece e devemos nos aprontar para recebê-la, porque existe uma alegria inesperada na tristeza, que vem do fato de ainda conseguirmos senti-la.

Pode parecer confuso mas é um alento. Olhe para o lado: estamos vivendo numa era em que pessoas matam em briga de trânsito, matam por um boné, matam para se divertir. Além disso, as pessoas estão sem dinheiro. Quem tem emprego, segura. Quem não tem, procura. Os que possuem um amor desconfiam até da própria sombra, já que há muita oferta de sexo no mercado. E a gente corre pra caramba, é escravo do relógio, não consegue mais ficar deitado numa rede, lendo um livro, ouvindo música. Há tanta coisa pra fazer que resta pouco tempo pra sentir.

Por isso, qualquer sentimento é bem-vindo, mesmo que não seja uma euforia, um gozo, um entusiasmo, mesmo que seja uma melancolia. Sentir é um verbo que se conjuga para dentro, ao contrário do fazer, que é conjugado pra fora.Sentir alimenta, sentir ensina, sentir aquieta. Fazer é muito barulhento.

Sentir é um retiro, fazer é uma festa. O sentir não pode ser escutado, apenas auscultado. Sentir e fazer, ambos são necessários, mas só o fazer rende grana, contatos, diplomas, convites, aquisições. Até parece que sentir não serve para subir na vida.

Uma pessoa triste é evitada. Não cabe no mundo da propaganda dos cremes dentais, dos pagodes, dos carnavais. Tristeza parece praga, lepra, doença contagiosa, um estacionamento proibido. Ok, tristeza não faz realmente bem pra saúde, mas a introspecção é um recuo providencial, pois é quando silenciamos que melhor conversamos com nossos botões. E dessa conversa sai luz, lições, sinais, e a tristeza acaba saindo também, dando espaço para uma alegria nova e revitalizada. Triste é não sentir nada."

(Martha Medeiros)

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Estou viajando e estou sem tempo para postar por aqui, talvez fique dias sem postar. Mas se der, venho rapidamente fazer um comentário. Viver mesmo consome de verdade, queima e brilha. To me sentindo muito nessa frase do texto da Martha "Triste é não sentir nada", pois eu sinto novamente coisas que a muito tempo ficaram esquecidas em algum canto do passado, me sinto viva novamente, como se tivesse ganhado uma vida nova.
=)
Uma ótima semana a todos.
Alegria é a melhor coisa que existe.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Para sermos felizes até certo ponto é preciso que tenhamos sofrido até o mesmo ponto.

Tudo o que vemos ou parecemos, não passa de um sonho dentro de um sonho.

Edgar Allan Poe



Não entendo muito bem, como as pessoas se desesperam com a dor, com o amor. Eu sempre sofri sozinha, nunca tive a quem contar todos meus dramas internos, claro que tinha amigas ao meu lado, mas elas jamais entenderiam o que se passava de verdade dentro daquele abismo que sentia. As pessoas em geral gostam de contar suas dores por ai, serem vítimas dos seus próprios dramas, eu sempre gostei de mergulhar profundamente na minha dor, que era a única coisa que me pertencia. Ainda bem que agora não existe mais dor, só amor.

domingo, 27 de junho de 2010

Hoje passei o dia todo ouvindo um CD que ganhei de presente de uma pessoa muito especial. Franz Schubert invadiu meu quarto minha cabeça e meu coração. Uma música que invadiu muito minha alma hoje foi “Lied der Mignon”. Gostei desse vídeo e o coloco aqui para eternizar esse momento.

sábado, 26 de junho de 2010

“Não me obrigue a abandonar-te, a desistir de te acompanhar, pois, a onde fores, eu irei também; teu povo será meu povo e teu Deus será meu Deus!

[Rute – 1 – Bíblia Hebraica]

Em Lech Lecha, o Criador diz a Abraão para deixar sua casa. Ele diz: “Você está em um lugar ruim, existem pessoas más em torno de você, e você está sendo influenciado por coisas que não são para o seu melhor beneficio. Você tem que sair daqui!”
No entanto, Hashem não lhe diz para onde ir.


"Quando olhamos para uma posição em nossas vidas, nosso primeiro pensamento é: “Como é que eu vou tirar o melhor proveito desta situação só para mim?”

Precisamos agora entender que nossos pensamentos motivam a realidade. Quando olhamos para o mundo com egoísmo, a negatividade é projetada para fora no cosmo."

(Karen Berg)


Eu não tenho do que reclamar, sei onde estou e sei para onde estou indo, isso é ter certeza, não só no começo, é continuar com a certeza de que nada é em vão, tudo tem um motivo oculto que muitas das vezes só vemos lá na frente. Nossa visão é muito limitada. A Luz é realmente muito boa. =)

O que sua atitude pode fazer por você

O que normalmente separa os melhores do restante? Você já pensou nisso? O que separa o medalhista de ouro do medalhista de prata nas Olimpíadas? O que separa o empresário de sucesso daquele que não tem sucesso? O que possibilita uma pessoa vencer na vida depois de um acidente que a deixou incapacitada enquanto outra desiste e morre?

É a atitude.
É claro que, de vez em quando, aparecem pessoas como Mozart ou Lance Armstrong – aquelas cujos dons são tão extraordinários a ponto de realizarem coisas com as quais o restante de nós só consegue sonhar. (Mas até elas são auxiliadas pelo fato de terem atitudes extraordinárias). A maioria das pessoas, quando estão no auge de sua profissão, são parecidas no que se refere ao talento. O que separa uma medalha de ouro de uma de prata normalmente são centésimos de segundo. Jogadores de golfe profissionais vencem torneios com uma única tacada. Como disse Denis Waitley em The Winner’s Edge [A vantagem do vencedor], “a vantagem do vencedor não está em nascer em berço de ouro, em ter QI elevado ou em ser talentoso. A vantagem do vencedor está na atitude, não na aptidão. Atitude é o critério para o sucesso. Mas não se pode comprar uma atitude por um milhão de dólares. As atitudes não estão à venda”.
A maior diferença que minha atitude pode fazer está dentro de mim, não nos outros.
Por anos tentei viver de acordo com a seguinte afirmação: nem sempre posso escolher o que acontece comigo, mas sempre posso escolher o que acontece em mim.
Algumas coisas na vida escapam ao meu controle. Outras não. Minha atitude nas áreas que escapam ao meu controle pode fazer diferença. Minha atitude nas áreas que estão sob meu controle irá fazer diferença. Em outras palavras, a maior diferença que minha atitude pode fazer está dentro de mim, não nos outros. Essa é a razão por que sua atitude é a sua maior qualidade ou a sua maior deficiência. É ela que prepara ou acaba com você. Ela pode levantar ou derrubar você. Uma atitude mental positiva não lhe permitirá fazer tudo. Mas ela pode ajudá-lo a fazer qualquer coisa melhor do que você faria se sua atitude fosse negativa.


Uma atitude positiva é uma qualidade diária em quase todos os sentidos. Ela não só ajuda a resolver problemas pequenos como também fornece um instrumental poderoso que pode ser útil por toda a sua vida. Aqui está o que quero dizer:
1. Sua atitude faz diferença na sua maneira de encarar a vida
À medida que nos aproximávamos do fim do século XX, muito se escreveu sobre os homens e mulheres que sobreviveram à Depressão e lutaram na II Guerra Mundial, as pessoas que Tom Brokaw chamou de “a melhor geração”. Lembro-me de ler uma história sobre uma mulher daquela geração que acompanhou o marido durante a guerra até um acampamento do exército norte-americano no deserto do sul da Califórnia. O homem a aconselhou a não ir, achando que ela ficaria melhor se voltasse para o leste para ficar com a família, mas a jovem recém-casada não quis se separar de seu marido.
A única acomodação que eles conseguiram encontrar foi uma cabana em situação precária perto de uma aldeia de índios americanos. O lugar era muito simples. Durante o dia, as temperaturas muitas vezes chegavam aos 46°C. O vento, que soprava constantemente, parecia o ar quente que sai do forno. E a poeira deixava tudo em estado deplorável.
A jovem achava os dias longos e tediosos. Seus únicos vizinhos eram índios americanos com os quais ela encontrou poucas afinidades. Quando seu marido foi enviado para o deserto para duas semanas de manobras militares, ela desabou. As condições de vida e a solidão eram demais para ela. Ela escreveu para a mãe para dizer que queria voltar para casa.
Pouco tempo depois, recebeu uma resposta de casa. Uma das coisas que sua mãe lhe disse foi:
Dois homens olhavam pelas grades de uma prisão.
Um via lama; o outro, estrelas.

Ao ler várias vezes as linhas da carta, a jovem inicialmente sentiu vergonha. Depois sua reflexão amadureceu. Ela realmente queria ficar com o marido, por isso tomou uma decisão: ela procuraria as estrelas.
No dia seguinte, esforçou-se para fazer amizade com seus vizinhos. À medida que os conhecia, ela também pedia que eles a ensinassem a tecer e a fazer cerâmicas. No início, eles relutaram, mas, quando viram que o interesse que ela tinha por eles e pelo trabalho que faziam era genuíno, eles mostraram-se mais receptivos. Quanto mais a mulher aprendia sobre a cultura e a história dos índios americanos, mais ela queria saber. Sua perspectiva começou a mudar. Até o deserto começou a parecer diferente para ela. Ela começou a apreciar sua beleza serena, sua vegetação resistente porém vistosa, e até pedras e conchas fossilizadas encontrou ao explorar a região. Ela começou, inclusive, a escrever sobre suas experiências ali.
O que mudou? Não foi o deserto. Não foram as pessoas que moravam naquele lugar. Ela mudou. Sua atitude mudou – e, conseqüentemente, seu ponto de vista mudou.

As pessoas mais felizes na vida não têm necessariamente tudo o que há de melhor. Elas simplesmente tentam aproveitar tudo ao máximo. São como a pessoa de uma aldeia afastada que vai a uma fonte todos os dias para pegar água e que diz: “Toda vez que venho a esta fonte, vou embora com o balde cheio de água!”, em vez de “Não posso acreditar que tenho de continuar a voltar a essa fonte para encher o balde!”
A atitude de uma pessoa tem uma profunda influência sobre o seu modo de encarar a vida. Pergunte a um técnico antes de um jogo importante se a atitude dele e a de seus jogadores farão diferença no resultado do jogo. Pergunte a um cirurgião se a atitude do paciente é importante quando sua vida está em jogo em uma sala de emergência. Pergunte a um professor se as atitudes dos alunos têm um impacto antes de realizarem um teste.
Se você espera coisas ruins, é isso que você receberá. Se espera coisas boas, você muitUma das coisas que aprendi é que a vida muitas vezes lhe dá tudo aquilo que você espera dela.as vezes as recebe. Não sei por que as coisas são assim, mas é assim que funciona. Se você não acredita em mim, faça um teste. Experimente passar 30 dias esperando o melhor de tudo: o melhor lugar para estacionar o carro, a melhor mesa no restaurante, a melhor interação com os clientes, o melhor tratamento dos funcionários públicos. Você se surpreenderá com o que verá, principalmente se também der o melhor de você mesmo para os outros em todas as situações.

2. Sua atitude faz diferença em seus relacionamentos pessoais
Em agosto de 2005, tive o privilégio de falar no Willow Creek Leadership Summit. Uma das pessoas que conheci ali foi Colleen Barrett, presidente e secretária corporativa da Southwest Airlines, que também era uma das palestrantes do evento. Eu estava ansioso para conversar com ela porque, enquanto outras companhias aéreas perdiam dinheiro e lutavam para sobreviver durante os últimos anos, a Southwest havia obtido sucesso e lucro.
Colleen e eu conversamos sobre liderança. Segundo ela, uma das coisas das quais a companhia mais se orgulhava era sua reputação pelo excelente atendimento ao cliente. Quando lhe perguntei como eles conseguiam isso, ela disse que a companhia não dependia de muitas regras. Havia, sem dúvida, regulamentos determinados pela Agência Federal de Aviação aos quais eles obedeciam e, além disso, eles tinham regras que exigiam que os comissários de bordo sempre fossem pontuais para cumprir suas tarefas uma vez que sua escalação era tranqüila. Mas a ênfase da companhia está na criação do tipo certo de atitude entre os funcionários. Os funcionários da Southwest estavam habilitados para avaliar situações e tomar decisões. E seu foco está nas habilidades pessoais e na regra de ouro. Mesmo quando cometem erros, desde que estejam tentando ver as coisas pelo ponto de vista do cliente e tentando prestar um bom serviço, os funcionários recebem apoio.
Para ter sucesso, é preciso ser capaz de trabalhar bem com os outros. Essa é a razão por que Theodore Roosevelt disse: “O único ingrediente mais importante na fórmula para o sucesso é saber se entender com as pessoas”.
Muitos fatores entram em ação quando o assunto diz respeito a habilidades que envolvem trabalhar com pessoas, mas o que desenvolve ou acaba com essa habilidade é a atitude de uma pessoa. Recentemente escrevi um livro chamado Vencendo com as pessoas em que descrevo 25 princípios pessoais que qualquer pessoa pode usar para melhorar sua capacidade de construir relacionamentos e de trabalhar com outras pessoas. Muitos desses princípios se baseiam na atitude. Aqui estão alguns exemplos:
O Princípio da Lente: quem somos é o que determina o modo como vemos os outros. Nossa percepção dos outros depende mais de nossa atitude do que das características dos que nos cercam. Se formos positivos, nós os vemos de modo positivo.
O Princípio da Dor: pessoas magoadas magoam pessoas e se deixam facilmente magoar por elas. Nossas experiências negativas e nossa bagagem emocional dão cor à nossa percepção das ações dos outros. Interações normais podem causar-nos dor mesmo quando a outra pessoa não fez nada para causar dor.
O Princípio do Elevador: podemos levantar as pessoas ou derrubá-las em nossos relacionamentos. As pessoas têm uma mentalidade que consiste em levantar ou limitar os outros.
O Princípio do Aprendizado: cada pessoa que conhecemos tem o potencial de nos ensinar algo. Algumas pessoas têm uma atitude receptiva ao ensino e admitem que podem aprender algo com todas as pessoas que conhecem. Outras desprezam muitas pessoas e admitem que elas nada têm a oferecer.
Há outros princípios no livro baseados na atitude, mas já deu para você ter uma idéia. Em se tratando de lidar com pessoas, a atitude faz diferença. Se seu currículo não é tão bom quanto você gostaria que fosse quando o assunto é lidar com pessoas, talvez você precise observar sua atitude. Embora seja verdade que algumas pessoas pareçam ter um modo natural de ganhar os outros, até alguém com habilidades pessoais naturais limitadas pode aprender a ganhar as pessoas se decidir ter uma atitude positiva para com elas.
3. Sua atitude faz diferença em seu modo de enfrentar desafios
Dizem que quando Chesty Puller, da Marinha norte-americana, viu-se cercado de oito divisões inimigas durante a guerra coreana, sua resposta foi: “Tudo bem, eles estão à nossa esquerda. Estão à nossa direita. Estão à nossa frente. Estão atrás de nós – desta vez, eles não podem escapar!”
Na vida, os obstáculos, os desafios, os problemas e os fracassos são inevitáveis. Como você vai lidar com eles? Vai desistir? Vai deixar que as circunstâncias o deixem mal? Ou você vai tentar fazer o melhor possível? O caminho que você escolher depende de sua atitude.
Certa vez, ouvi um conferencista dizer que nenhuma sociedade jamais desenvolveu homens valentes durante tempos de paz. O velho provérbio é verdadeiro: o que não mata, fortalece. Lembre-se dos momentos em sua vida em que você mais cresceu. Aposto que você cresceu em conseqüência de superar dificuldades. Quanto melhor sua atitude, maiores as chances de você conseguir superar dificuldades, crescer e seguir em frente.
Você pode ver esse padrão na vida de grandes homens e mulheres:
Demóstenes, conhecido como o maior orador da Grécia antiga, tinha um problema de fala. A lenda diz que ele o superou recitando versos com seixos na boca e falando mais alto que o bramido das ondas na beira do mar.
Martinho Lutero, pai da Reforma Protestante, aproveitou o tempo que ficou confinado no castelo de Wartburg para traduzir o Novo Testamento para o alemão.
O compositor Ludwig van Beethoven compôs suas maiores peças sinfônicas depois que ficou surdo.
John Bunyan escreveu O peregrino enquanto estava preso. Daniel Defoe também escreveu o livro Robinson Crusoé enquanto estava preso.
Abraham Lincoln é considerado por muitos o melhor dos presidentes dos Estados Unidos, mas ele provavelmente não teria se destacado como um grande líder se não tivesse conduzido o país durante a guerra civil. Muitas vezes as circunstâncias difíceis parecem servir de instrumento na criação de grandes líderes e pensadores. Mas isso só acontece quando as atitudes deles são corretas.
Ouvi dizer que na língua chinesa duas palavras muitas vezes se juntam para criar outra palavra com um significado muito diferente. Por exemplo, quando o símbolo para a palavra que significa homem se junta com o símbolo para a palavra que significa mulher, a palavra resultante significa bom.
Ter uma atitude positiva pode ter um efeito semelhante. Quando um problema vem em direção a alguém que tem uma atitude positiva, o resultado é muitas vezes algo maravilhoso. É da confusão que os problemas causam que podem surgir grandes estadistas, cientistas, autores ou empresários. Todo desafio tem uma oportunidade. E toda oportunidade tem um desafio. A atitude de uma pessoa determina seu modo de lidar com ambas as coisas.
4. Sua atitude faz diferença
Quando a atitude é o mais importante? Quando ela faz a maior diferença? Não é durante um evento esportivo ou quando os negócios ficam difíceis. É quando a própria vida está em perigo. E, nessas ocasiões, a atitude realmente faz diferença.
Quando pastor, eu passava a maior parte do tempo com pessoas que estavam vivendo situações de tragédia. Visitava muitos pacientes antes de serem operados, e os que se empenhavam ao máximo e se recuperavam mais rápido eram as pessoas que tinham as melhores atitudes. Visitava muitas clínicas de repouso. Os idosos que têm sucesso são os que ainda têm uma atitude positiva com relação a si mesmos e a sua situação. Certa vez, ouvi um funcionário de uma clínica de repouso dizer que, não raro, pacientes recém internados, por sentirem-se abandonados e sem poder de escolha quanto à internação, tendiam a se entregar e a morrer antes daqueles que viam a situação como apenas outra fase da vida a ser enfrentada de maneira positiva.
Muitas pessoas escreveram sobre o poder que uma atitude positiva tem sobre a saúde e a boa forma. Muitas equipes médicas dizem que viram uma correlação positiva entre as atitudes das pessoas e a sua capacidade de recuperar-se de doenças como o câncer. Dr. Ernest H. Rosenbaum e Isadora R. Rosenbaum dizem que essas observações levaram a novos estudos sobre a atitude:
Pesquisadores estão agora experimentando métodos para levar efetivamente a mente a participar do combate do corpo contra o câncer... Alguns médicos e psicólogos agora acreditam que a atitude adequada pode até ter um efeito direto sobre a função da célula e, conseqüentemente, ser usada para inibir, se não curar, o câncer. Esse novo campo de estudo científico, chamado psiconeuroimunologia, concentra-se no efeito que a atividade mental e emocional tem sobre o bem-estar físico, indicando que os pacientes podem desempenhar um papel muito maior em sua recuperação.
Ver uma ligação entre os pensamentos e sentimentos das pessoas e sua saúde não é novidade. Segundo Rosenbaum: “Sabemos há mais de dois mil anos – com os escritos de Platão e Galeno – que há uma correlação direta entre a mente, o corpo e a saúde da pessoa”. O poeta John
Milton escreveu:
A mente é um lugar em si mesma, e pode fazer do inferno um céu e do próprio céu um inferno.
Sua atitude tem uma profunda influência sobre seu modo de ver o mundo – e, portanto, sobre o modo como você leva a vida.
Atitude é importante. É tão importante que ela realmente faz diferença. Ela não é tudo, mas é uma coisa que pode fazer diferença em sua vida”.

(Extraído da obra você faz a diferença – como sua atitude pode revolucionar sua vida, de John C. Maxwell, Editora Thomas Nelson Brasil)

(William Douglas)
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Passe a partir de agora a desenvolver e aperfeiçoar sua atitude. Ate porque, como já foi dito, "a felicidade não decorre de um determinado conjunto de circunstâncias, mas de um conjunto de atitudes diante das circunstâncias".

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Mundinho

Não sou pra todos. Gosto muito do meu mundinho. Ele é cheio de surpresas, palavras soltas e cores misturadas. Às vezes tem um céu azul, outras tempestade. Lá dentro cabem sonhos de todos os tamanhos. Mas não cabe muita gente.Todas as pessoas que estão dentro dele não estão por acaso. São necessárias.


Caio Fernando Abreu

quinta-feira, 24 de junho de 2010

O Barbazul

Vivia num país, não me recordo se próximo ou distante, um homem que todos conheciam pelo apelido Barbazul. Era um homem de rara beleza. Do seu rosto o que mais impressionava eram os olhos, de um azul profundo, dos quais saía uma luz azul que envolvia sua barba numa aura azulada, razão do seu apelido.

Barbazul era um homem rico. Vivia num castelo. Numa das extremidades do seu castelo havia uma torre de sete patamares, trancados a sete chaves. Era uma torre misteriosa, interditada ao público, e sobre o que havia nela circulavam as estórias mais escabrosas.

Barbazul era um homem solitário. Nunca se casara. Tão bonito, tão rico: por que nunca se casara? – era a pergunta que todos faziam.

Muitas eram as mulheres, lindas mulheres, que por ele se apaixonavam. E Barbazul não se esquivava. Aceitava as sugestões contidas nos sorrisos... A princípio era um simples namorico, os dois passeando pelos bosques... Mas sempre chegava o momento quando a jovem lhe dizia:

“Gostaria de me casar com você...“

“Casamento é coisa muito séria“, dizia Barbazul. “Só devem se casar pessoas que se conhecem profundamente. E só existe uma forma de as pessoas se conhecerem: é preciso que vivam juntas. Você viveria comigo, no meu castelo, mesmo sem nos casarmos? Eu no meu quarto, você no seu... Até nos conhecermos?”

E assim acontecia. A jovem ia viver com Barbazul no seu castelo, cada um no seu quarto. Comiam juntos, passeavam, conversavam... Barbazul era um homem extremamente fino e delicado. Mas sempre acontecia a mesma coisa: depois de um mês assim vivendo Barbazul se dirigia à jovem e lhe dizia: “Vou fazer uma viagem de sete dias. Nesses dias você tem permissão para visitar a ‘Torre dos Sete Patamares‘. Aqui estão as sete chaves... Durante a sua visita você deverá segurar a chave do patamar que você estará visitando na sua mão esquerda, fechada com bastante força. Isso é muito importante. Porque as chaves têm propriedades mágicas...“

Com essas palavras ele partia e a jovem ficava só, com as sete chaves na mão, e a Torre dos Sete Patamares a ser visitada...

Transcorridos sete dias Barbazul regressava e após o abraço do reencontro perguntava:
“Visitou a Torre dos Sete Patamares?“
“Sim. Visitei todos os patamares...“, a jovem respondia alegremente.
“Você gostou?“
“Eu os achei maravilhosos!“
Barbazul insistia:
“Todos eles?“
“Sim, todos eles...“
“Então“, concluía com um sorriso, “é hora de você me devolver as sete chaves, aquelas que você apertou na mão esquerda, o lado do coração. Como eu lhe disse, elas são mágicas... Elas vão me contar o que você sentiu...“

Assentava-se então numa poltrona, fechava os olhos, e segurava as chaves na sua mão esquerda, uma de cada vez. A magia das chaves estava nisso: elas o faziam sentir, ao segurá-las, o mesmo que a jovem havia sentido, na sua visita aos sete patamares da torre.

Só de olhar para o seu rosto era possível perceber os sentimentos guardados na chave que segurava. Eram sentimentos os mais variados, todos os que existem no leque que vai da alegria até a tristeza. As jovens sempre se emocionavam ao visitar os patamares da torre... Com uma exceção. Ao segurar a sétima chave o sorriso de Barbazul desaparecia e, no seu lugar, aparecia enfado e tédio. Era isso que a jovem havia sentido no sétimo patamar: enfado e tédio.

“Não“, dizia ele à jovem. “Não poderemos nos casar. Comigo você será para sempre infeliz. O que há de mais fundo em mim, para você é tédio e enfado.“

E sem outras explicações levava a jovem à casa de seus pais, não sem antes enchê-la com os presentes que trouxera da viagem.

E era sempre assim.
Foi então que aconteceu...
Era o entardecer, o sol se pondo no horizonte. O mar estava maravilhosamente azul. Barbazul caminhava na praia, como sempre fazia, pés descalços... Viu, ao longe, uma jovem que caminhava sozinha, molhando os seus pés na espuma do mar. Era uma cena linda, digna de uma tela de Monet: uma jovem sozinha, vestes brancas na areia branca, contra o azul do céu e o azul do mar... Ela caminhava na sua direção, distraída. Mas parecia não vê-lo, tão absorta se encontrava. Ela se assustou quando o viu...
“Eu a assustei?“, ele perguntou.
“Eu estava distraída“, ela disse, se desculpando.
“Qual é o seu nome?“
“O meu nome? Stella Maris...“
“Chamam-me de Barbazul, por causa da cor da minha barba...“
Eles riram.
Ela não era bonita. Mas a cena era bonita, bonitos eram seus olhos, bonita era a sua voz...

Barbazul ouviu músicas no seu coração. E foi assim que caminharam juntos de pés descalços ao sol poente, caminhadas que vieram a se repetir a cada novo dia.

Até que, numa dessas caminhadas, Barbazul falou o que nunca falara.
“Você não quer morar comigo no meu castelo?“
“Você está pedindo que eu me case com você?“, ela perguntou.
“Não. Estou pedindo que você venha morar comigo. Depois de morar comigo, quem sabe, descobriremos que as nossas solidões poderão caminhar juntas pela vida...“

E assim, ela foi morar no castelo do Barbazul. E aconteceu exatamente como acontecia com todas as outras: passado um tempo Barbazul anunciou uma viagem de sete dias e lhe deu as sete chaves com a mesma recomendação. E partiu...

No primeiro dia Stella Maris tomou a primeira chave, abriu a porta do primeiro patamar e segurou firmemente a chave na sua mão. Era um enorme salão de festas cheio de gente. A orquestra tocava valsas alegres e as pessoas dançavam e riam. Parecia que todos estavam leves e felizes. Stella Maris dançou também e se sentiu leve e feliz.

No segundo dia Stella Maris tomou a segunda chave, abriu a porta do segundo patamar e segurou firmemente a chave na sua mão. Era um salão de banquetes onde se serviam as mais deliciosas comidas e se bebiam os vinhos mais caros. Muitos eram os comensais, mas não tantos quantos havia no salão de festas. Stella Maris juntou-se a eles, assentou-se, comeu, bebeu e se alegrou.

No terceiro dia Stella Maris tomou a terceira chave, abriu a porta do terceiro patamar e segurou a chave firmemente na sua mão. Era um parque cheio de crianças que brincavam dos mais variados brinquedos: balanços, gangorras, pipas, piões, cabo-de-guerra, pau de sebo, perna de pau, pula-corda, amarelinha, bolinhas de gude, bonecas, casinha, cabra-cega, escorregador, sela... Todas riam. Todas estavam felizes. Stella Maris se sentiu como criança e se juntou com elas, a brincar.

No quarto dia Stella Maris tomou a quarta chave, abriu a porta do quarto patamar e segurou a chave firmemente em sua mão. Era uma biblioteca com prateleiras cheias de livros. Havia livros de todos os tipos: livros de ciência, de história, de literatura, de poesia, de filosofia, de humor, de mistério, de crime, de ficção científica, de arte, de culinária, de sexo, de religião... Os rostos daqueles que, assentados às mesas, liam livros em silêncio, revelavam emoções que os livros continham: concentração, excitação, curiosidade, alegria, tristeza, riso... Stella Maris escolheu um livro de arte, pinturas de Monet. Vendo as ninféias de Monet ela se sentiu leve e diáfana e desejou ver uma ninféia num lago...

No quinto dia Stella Maris tomou a quinta chave, abriu a porta do quinto patamar e segurou a chave firmemente na sua mão. Era uma catedral gótica. A luz do sol se filtrava através dos vitrais coloridos e no silêncio do espaço vazio se ouvia o Requiem, de Fauré. E não eram muitas as pessoas que lá estavam. Havia rostos de súplica, rostos de sofrimento, rostos de paz. Stella Maris foi envolvida pelo silêncio, pelas cores dos vitrais, pela música... E a sua alma orou, chorou, agradeceu e sentiu paz.

No sexto dia Stella Maris tomou a sexta chave, abriu a porta do sexto patamar e segurou a chave firmemente na sua mão. Era um jardim japonês. Ouvia-se o barulho da água que caía na fonte onde nadavam carpas coloridas em meio às ninféias. As cerejeiras estavam floridas. Um velho hai-kai repentinamente floresceu: “Cerejeiras ao anoitecer – Hoje também já é outrora...“ (Issa). Poucas, muito poucas eram as pessoas que andavam pelo jardim. Stella Maris se assentou sob uma cerejeira florida e o seu pensamento parou. Não era necessário pensar. A beleza era tanta que ocupava todo o lugar onde moram os pensamentos. Experimentou o paraíso...

No sétimo dia Stella Maris tomou a sétima chave, abriu a porta do sétimo patamar e segurou a chave firmemente na sua mão. Era uma ampla sala vazia, na penumbra. Ninguém, somente ela. O silêncio era absoluto. A solidão era absoluta. Dois móveis apenas, duas cadeiras. A que se encontrava no centro da sala era iluminada pela luz das velas de um candelabro que pendia do teto. Stella Maris assentou-se na cadeira que estava num canto, nas sombras.

Foi então que um homem entrou por uma porta nos fundos. Vinha abraçado com um violoncelo. Sem dizer uma única palavra ele se assentou, arrumou o violoncelo entre as pernas, tomou o arco, concentrou-se e pôs-se a tocar. A melodia, em meio ao silêncio absoluto, sem nenhum ruído ou fala que a profanasse, era de tal pureza e pungência que lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Stella Maris.

Sentiu que o seu corpo estava possuído pela beleza. Era como se ele, o seu corpo, fosse o instrumento de onde saía a música. Sim, ela já a ouvira: a Suíte n. 1, em sol maior para violoncelo, de Bach. Terminada a execução, o artista se levantou e se retirou sem nada dizer. Stella Maris permaneceu assentada, em silêncio; não queria que aquele momento terminasse. Queria que ele se prolongasse, para sempre...

* * *

“Então“, disse Barbazul sorridente, “visitou a Torre dos Sete Patamares?“
“Visitei“, respondeu Stella Maris, entregando-lhe as chaves. Barbazul pediu para ficar sozinho e reclinando com os olhos fechados foi apertando as chaves, sucessivamente, com a mão esquerda, a mão do coração. No seu rosto se estampavam as emoções que Stella Maris havia tido em cada um dos patamares: leveza, alegria, riso, beleza, tristeza – até chegar ao último patamar, aquele que, ao segurar a sua chave, sentira o tédio e o enfado que as outras mulheres haviam sentido. O que é que Stella Maris teria sentido?

E, de repente, sentiu lágrimas rolando pelo seu rosto, as mesmas lágrimas que haviam rolado pelo rosto de Stella Maris. Era como se o seu corpo estivesse possuído pela beleza e fosse o instrumento do qual a música saía...

Barbazul sorriu. Permaneceu assentado, em silêncio; não queria que aquele momento terminasse. Queria que ele se prolongasse, para sempre...

* * *

“Stella Maris, você quer se casar comigo“, ele perguntou.

“Casar? Mas eu pensei que...“

“Sim, casar. Você compreendeu o que é a Torre dos Sete Patamares? É a minha alma. Cada patamar é um pedaço de mim. Lá se encontram os prazeres e alegrias humanos. Homens, mulheres e crianças se reúnem para compartilhar esses prazeres e alegrias. Mas, ao final da torre, há um lugar de solidão absoluta onde só entra uma pessoa de cada vez, eu permitindo. Aquele lugar é o fundo do meu coração. Quem não amar aquele lugar jamais me amará. Poderá até ser um companheiro de danças, de jantares, de discussões literárias, de brinquedos... Muitos podem ser bons companheiros. Mas, para me amar, é preciso amar a minha solidão. E aquela música é a forma sonora da minha solidão. Você a achou bela. Você permitiu que ela possuísse o seu corpo. E, por isso, eu a amo... Nossas solidões são amigas... Você quer se casar comigo?“

(Correio Popular, 19 e 26/05/2002) - *Rubem Alves*

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Saudade

Tentei postar mais cedo, mas deu um erro e perdi o post, como não estou em casa vou postar o que não sai da minha cabeça.

Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa
toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos
sentimentos mais urgentes que se tem na vida.

*[Clarisse Lispector]*

terça-feira, 22 de junho de 2010

Nunca tinha sido tão intenso, nem tão bonito. Nunca tinha tido um jeito assim, tão forever.

*[Caio Fernando Abreu]*

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Concerto para corpo e alma

"Comprrendi que a vida não é uma sonata que,
para realizar sua beleza,
tem de ser tocada até o fim.
Dei-me conta, ao contrário,
de que a vida é um álbum de minissonatas.
Cada momento de beleza vivido e amado,
por efêmero que seja, é uma experiência completa que está destinada à eternidade
Um único momento de beleza e de amor justificam a vida inteira."

(Rubem Alves)

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Apenas começando um blog. Sem muito o que dizer no momento, o silêncio é mais profundo.
=)