Da varada do meu apartamento vejo um verde que é de alegrar, passáros cantando alto para alguém os escutar. É muita confusão para quem não tem ninguém para quem desabafar.
As pessoas amontoadas dentro de caixas com rodas, não veem a hora de chegar. É só espera, é só demora. O relógio parece não ter hora para chegar.
A vida vai passando com pressa. Sem ter para quem falar. Vamos indo com a maré das nossas rotinas para a onde a vida nos levar. Só que as montanhas asfaltadas da rua não dão para o mar.
O mar de concreto que tenho que aceitar. Espero um dia não me atropelar no meio da cidade cinza onde só terei como chorar.