quarta-feira, 19 de março de 2014

Se vale a pena a dor


Quero fazer sem amor, pra ver se vale a pena, a dor
Perdoa o drama eu só quero uma trama a qual eu caiba
Eu quero um lugar que eu caiba
Não importa muito bem como seja esse lugar
Desde que caiba
Pode ser pequeno, pode ser grande
Eu me adapto, não importa
Esse lugar terá lugar para eu poder ser eu
Sem cobranças sem espectativas
Se não sou eu quem vai me fazer feliz, me explica
Quem vai carregar a dor de quando não houver mais o amor?
Não vou desistir de mim
Se vocês decidiram me abandonar por não caber  no coração de vocês
Eu vou seguir
Eu cansei dessas lágrimas sem doçura
Dessa riqueza que nunca existiu
Desse castelo que só existe pra vocês
O que eu quero é muito maior, o que eu quero não cabe nem perto de vocês
Porque eu sou grande perto de vocês e perto disso vocês tem medo
O que me afeta é a falta de afeto
Talvez isso venha desde que eu era um feto
Desejado por um e quebrando o sonho da liberdade do outro

Eu vou conseguir e quando esse dia chegar eu vou estar no meu lugar 

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

A ballerina do mar




Hoje eu estou aqui, todos correndo. Sabe quando a cidade corre e você só pensa em flutuar? Ou mergulhar no fundo do mar e só ouvir os barulhos protegido como se fosse um útero materno?  Todos correm a procura de algo, atrasados pros seus comprimissos com sigo mesmo.
Eu só hoje quero dançar no meio dessa palhaçada toda.  Quero rir, quero ser pássaro. Quero pegar voo pro mar, eu sempre disse que eu sou do mar. Quase ninguém entende, julgam pela cor da minha pele. Quem é branca não pode ser do mar? O mar não é para todo mundo. Para fazer parte do mar você tem que ser mar. Sentir e compreender e respeitar o mar. Eu sei quando entrar e quando sair, sei onde cair no mar e ele deixar eu sair. É sempre o oposto o mar. Se você cai num buraco você não pode nadar contra a força que te puxa, assim é tudo na vida. Você só se cansa e assim se afoga. Se você quer sair da sua vala, você precisa fazer diferente e ir contra o fluxo que é nada para o lado. E pronto.  O mar deixa você sair, mas para isso você tem que querer sair.
Para ser do mar, você precisa aprender a remar, amar e reamar. Nem todo mundo consegue.
É difícil ir contra a maré dos seus pensamentos. Meu coração já cansou de tanto choro. Hoje eu quero só dançar. Dançar até cansar os pés.  Quero chegar em casa, por minha roupa e virar a ballerina dos meus pensamentos. A dança me liberta dessa merda toda. Dessa divergencia toda.  Me faz ver que sim, tudo sou eu. Mas tudo posso também colorir. A vida é minha a dor é minha e eu pinto como eu quiser, eu danço como eu quiser.
Escrever sem pensar como escrever. Sem pensar na pontuação. Meu curto-circuito é querer demais, é querer fazer demais e no fundo é amar de mais.
Quero girar em torno só de mim, como uma bailarina dando piruetas. Eu abandono tudo, carreira, dinheiro, filhos que ainda nem tenho, tudo para me conectar com minha alma. Tem algo preso aqui, a anos. Eu sinto que preciso disso, mas os adultos querem que você explique o que se passa no coração, eu não sei explicar. Nem tenho muitos argumentos, só sei que eu quero e necessito. Por isso gosto mais das crianças, mas simples e sem rótulos.

Que se dane tudo. Hoje eu vou fazer o que eu tiver vontade. Vou ser milagre na minha própria vida e amanhã quando o dia recomeçar eu terei motivos para recriar, sonhar e fazer do jeito que eu acho certo remar.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A metade vazia




Se sentia a metade vazia
Uma angústia que não cabia e nem sabia de onde vinha
Da mesma forma que vinha, ia
Um buraco, talvez vazio, talvez uma falta
Tudo era a mesma coisa, não sabia se explicar. Apenas se sentia, vazia
Uma solidão cheia de pessoa, rostos, vozes, risadas, alegrias, vitórias
Mas mesmo com tudo isso se sentia inha, pequenininha, tristinha, infelizinha e sozinha
A outra metada cheia nem sabia de onde vinha. Se um dia ela poderia chegar e acabar com essa dor
A metade vazia era a parte que doía. Era a parte que não se sentia. Só sabia que doía
Doía fundo. Bem naqueles dias, doía. Naqueles dias que a dor decide aparecer e parece não querer ir embora
A dor chegava sem hora marcada, vinha chegando e derrubando muros e mudando tudo
Geralmente a noitinha a metade vazia vinha e fazia companhia
Chegava a hora de dormir, a parte vazia não queria
Mas era dormindo que esperava poder encontrar a metade de tudo que lhe faltava e que um dia talvez pudesse fazer parte dessa imensidão chamada vazio de não se sentir parte de lugar algum...

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Feliz estou



Poesia boa é a que te trás de volta. Pro lugar de onde nunca deveria ter saído.

Eu tento tanto me fazer feliz.

Pode falar que eu não ligo. Eu estou rindo e assim vou seguindo.

Eu não vou voltar atrás.

O medo já não cabe mais. A culpa ficou na estrada.

Se eu sigo é porque acredito.

Eu que já não via nada. Achava que tava certa, hoje vejo que estava errada.

Hoje já vejo o lado bom.

Até a dor valeu a pena.

Pode me chamar de louca. 

Se eu sigo feliz hoje, é porque tenho encontrado a chance de cantar no tom que eu permito me encaixar.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Que seja doce

Vou ser feliz, sem me importar com o que isso irá causar aos outros… o importante é que não estou fazendo mal a ninguém, pelo contrário! Estou apenas enterrando as impurezas e toxinas da minha vida e deixando brotar uma bela e frutífera árvore, e que seja doce. — Caio Fernando Abreu

terça-feira, 2 de julho de 2013

Às vezes só falta

Às vezes, falta alegria. Às vezes, falta coragem. Às vezes não existe nada além do que um nó no peito.
Às vezes, só falta. Qualquer coisa falta, dentro.
Falta um não saber. Falta um choro. Falta um abraço. Falta uma palavra. Falta amor. Falta se importar. Falta muitas coisas.Falta onde há falta. Falta...
Uma falta que de tanta falta que faz, mal consigo descrever essa falta que faz. Uma falta de quem quer mudar, mas nem sabe por onde começar.
Talvez começar a descrever, ou escrever. Será que vou conseguir me achar na falta das palavras certas?
Quem sabe o que eu esteja procurando da falta, ache por aqui, na próxima letra, talvez na próxima palavra. Meu coração acelera.
A minha eterna busca do não saber. Corro pra achar, quando acho não tenho certeza. E quando tenho certeza esbarro talvez em outra saída que me parece mais lógica.
Onde será que essa falta pode me levar? E se não for exatamente isso? Como vou recomeçar? Em quem ou em que devo confiar?
Aqui nesse lugar seguro chamado escrita posso me expressar. Sem ser julgada. Mesmo que pareça confuso esse lugar entre o não saber e o saber demais, mesmo que não tenha lógica é aqui na escrita que pretendo me encontrar.


quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Voar


Um estado de silêncio
Um silêncio que preenche quando acaba o turbilhão de barulhos
Barulhos que dão medo
Mas silêncio é solidão

E só na solidão é possível compreender que não precisamos ficar só
Vejo pessoas falando a respeito de coisas que talvez elas nem saibam
Sabem muito mas nunca viveram
Sem vivencia o saber não pode ser real

Real é tudo aquilo que eu não vejo, aprendi
Não aprendi lendo, até li, mas não aprendi
Aprendi vivendo, real é tudo aquilo que não posso tocar

Ilusão é tudo que posso tocar e ver
Real ou não, ilusão ou não
É tudo uma questão de visão

Abrir os olhos da alma que estão cegos de tanta escuridão
Pedir quase implorando que não se sabe, mas se quer saber
Para onde vai dar essa estrada pouco importa, o que importa é partir

Disposição e coragem para enfrentar que muito da estrada vai além do que se vê
Uma decisão de partir sem olhar para trás